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A recusa de alimentos na infância

Todos os dias recebo e-mail de mães relatando que seus filhos não querem comer. Por isso de vez em quando vou apresentar um artigo falando sobre isso.

Na infância, a anorexia pode ser classificada em fisiológica, falsa, pseudo e verdadeira.

A fisiológica ocorre principalmente no primeiro ano de vida, e entre quatro e cinco anos de idade, sendo atribuída à desaceleração do crescimento e ao despertar de outros interesses de ordem ambiental. Nesse caso, normalmente, não há prejuízos nutricionais, apenas a preocupação dos pais devido à mudança de comportamento da criança.

A falsa anorexia é caracterizada pela incorreta percepção familiar ao julgar que a ingestão alimentar da criança é insuficiente. Já a pseudoanorexia se refere a problemas físicos ou fisiológicos que dificultam o processo de mastigação e/ou deglutição, dentição, pela presença de aftas, fissura palatina, estomatites ou outras condições que provoquem dor ou sofrimento.

A anorexia verdadeira se dá quando a ingestão de alimentos não atende às necessidades da criança, fato que pode comprometer o estado nutricional em curto prazo.

A etiologia desse tipo de anorexia está relacionada a causas orgânicas ou comportamentais. Como exemplo de causas orgânicas, temos as infecções de diferentes etiologias; disfunções digestivas; parasitoses intestinais; transtornos do sistema nervoso central ou metabólicos congênitos; carências de vitaminas e sais minerais e desnutrição.

As causas comportamentais podem ser subdivididas em psíquicas ou dietéticas. As psíquicas podem estar relacionadas a distúrbios da dinâmica intrafamiliar (como alteração no vínculo mãe-filho, dificuldade dos pais em estabelecer limites, separação dos pais, falecimento na família, nascimento de um irmão); distúrbios emocionais da criança (busca de atenção, satisfação de desejos); desmame inadequado; e falta de conhecimento dos pais a respeito do comportamento alimentar da criança em suas várias idades.

Entre as causas dietéticas estão o uso intenso de alimentação liquidificada; monotonia alimentar, características quanto ao sabor, à aparência, ao odor e à temperatura; e a introdução da colher e de alimentos complementares de maneira inadequada.

Cabe mencionar, também, a anorexia nervosa e que é mais típico do final da adolescência e do adulto jovem, sendo raríssima em crianças. Muito grave, deve ser alvo de intensa preocupação.

No caso específico da anorexia nervosa, existe perda de peso e a criança ou adolescente evita comer na frente de outras pessoas, ficando muito preocupada com as calorias dos produtos, além de poder apresentar uma visão distorcida do corpo, entre outros comportamentos. Não há um padrão geral, por isso, para sanar dúvidas, o mais importante é que profissionais da saúde sejam procurados quando acontecem mudanças alimentares importantes.